sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Uma noite quentinha, mágica, doce, ternurenta, feliz e com muito, muito carinho dentro da vossa casa. Desejo a todos um Natal muito Feliz!

        Jesus Nasceu!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Hoje é o dia

Ora então acabo de chegar à conclusão que ainda vou deixar uma ou duas tarefas por fazer antes de ir embora. Nada de grave e que não possa fazer nos primeiros dias do ano. Está tudo praticamente pronto, os aeroportos parece que funcionam, a greve foi levantada, o meu voo continua confirmado, não há notícias de última hora, portanto, assim de repente, diria que vou chegar a tempo do bacalhau com camarões da minha linda tia e da missa do galo na Sacre Coeur. 
  
Posto isto, é com um coração muito feliz que acabo o ano com o Blogue criado e com tantos amigos a elogiarem-no. Ainda é um bebé, ainda muita coisa há-de ser escrita mas nestas três semanas, tem-me feito muito feliz. Por agora despeço-me, com um grande abracinho às mais de 600 visitas à Tulipa. Feliz Natal!


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Há dias assim

Arre que o dia de hoje está a ser comprido! 
Estou acordada desde as 9h da manhã e só almocei à pouco mais de duas horas. E, sinceramente, não podia ter começado o dia pior. Dormi mal como o raio, o que é muito bem feito, por ontem ter comido que nem uma leitoa, o que me deixou tão empanturrada que esta noite não tinha posição para adormecer. De manhã, logo que fui para a rua, deparei-me que Aveiro está com trânsito e a ficar muito parecido com Lisboa. Carros, carros, carros, carros estacionados em 2ª fila, polícia à caça de multa, funcionários da câmara a controlar os tickets dos parquimetros, impossível arranjar lugar em qualquer sítio se for preciso fazer alguma coisa na avenida principal. Isto tudo às 10h da manhã! Para continuar bem o dia, nada como encher o corpo de cera quente que isto da dor na depilação feminina é algo a que nunca me habituarei. Casa. Arrumar a mala que ficou ocupada com meia dúzia de camisolões. Prendas para casa do namorado, mais conversa com a minha I., pois claro. Ir à costureira para saber que, o que lá deixei segunda-feira, continua tudo por fazer. Mãe no dentista. Mas, quando tudo parecia correr aos trambolhões, aparece-me à frente uma pessoa que me encheu de alegria. A minha amiga D., que foi mamã à pouco tempo e não podia ter-me dado alegria maior do que conhecer o seu pequenino que nasceu a semana passada. Não há palavras para descrever tamanha riqueza. Lindo, lindo, lindo e não faz jus ao que vi. Alegrou-me o dia de uma maneira, que se tivesse que passar outra vez pelo dia de hoje, só para ter encontrado a D., passava-o de muito boa vontade.
De resto continuo em standby sobre os voos de amanhã, que parece que em Paris neva como se o mundo fosse acabar e continuo sem saber se, por esta hora, estarei a entrar para dentro do monte de lata com asas, ou não. E é assim que está a minha vida. Um enorme ponto de interrogação!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pode lá ser!!

Hoje vi uma notícia que me deixou de boca aberta! Então era assim: um senhor, que era reformado da GNR, tinha uma ourivesaria e num determinado dia foi assaltado por um grupo de homens com uma certa violência. O senhor assaltado, a querer defender os seus bens, reagiu e envolveu-se numa troca de tiros com os assaltantes, tendo morto um. O caso foi para tribunal através do ministério público e o senhor da ourivesaria foi absolvido por legítima defesa. Pois chegou-se mesmo a concluir que a reacção do proprietário não foi excessiva como nada fazia parar os assaltantes. Até aqui, sinceramente, concordo em tudo. Agora espantem-se: os familiares do ladrão morto, recorreram da decisão e ainda pediam 85 mil euros por danos psicológicos!!! Ora bem, o senhor ourives estava na vida dele, a ganhar para comer, aparece-lhe uma besta que lhe aponta uma pistola porque quer roubar o que o senhor tanto se esforçou para ter, as coisas correm mal para o ladrão e a família ainda quer dinheiro por danos morais! Vou só ali ficar incrédula e já volto....
Graças ao bom senso dos juízes - vá lá, que isto em Portugal tudo é possível!- o tribunal para onde foi o recurso continuou a defender a legitima defesa e o senhor ourives continua com razão. Porque era mesmo o que faltava, era o senhor que foi assaltado pagar à família do gajo que lhe apontou uma arma à cabeça!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Checklist

Da extensa lista que fiz com coisas a fazer/comprar está quase, quase tudo pronto.
As prendas para Paris, compradas; as prendas cá de casa, compradas; as prendas para a casa do namorado, compradas. Portanto as prendas no geral: check!
As luvas e os collants para me protegerem de me tornar numa estátua de gelo: check!
Agora o que falta: a esteticista e o cabeleireiro; ir à costureira buscar o monte de roupa que lá deixei, escrever dois e-mails importantíssimos, comprar uma prenda de aniversário, um cinto que me faz imensa falta e fazer a mala. 
Aparentemente está tudo tratado, agora só falta conseguir embarcar. Que entre a greve da groundforce e os voos cancelados por causa da neve, algo me diz que muitos cabelos brancos me vão nascer na 5ª feira. Só rezo a todos os santinhos, não ir parar a uma cidade qualquer numa escala manhosa, completamente sozinha e desprovida de capacidade de falar inglês. E o mais importante, chegar a tempo do bacalhau com camarões da minha tia M.

Dois dias

Não sei. Não sei mesmo por onde comece. Tive dois dias sem internet, dois dias sem escrever, dois dias cheios de acontecimentos, dois dias que me trocaram as voltas ao coração, dois dias...
A vida fala connosco de maneiras estranhas. Um dia acordamos e temos a nossa vida de pernas para o ar. Tudo aquilo a que estamos habituados, todas as pessoas que fazem parte da nossa vida e, principalmente, do nosso coração, os gestos, os hábitos, o carinho, as atitudes, de repente desaparecem. Somem-se. De uma forma tão inacreditável, que pomos em causa se algum dia existiram ou se foram apenas fruto da nossa imaginação. Que fomos nós que acreditamos naquilo que quisemos acreditar. E isso deixa-nos tão tristes, tão zangados, tão magoados até aceitarmos que pouca coisa está nas nossas mãos e resignarmos  a que, se calhar, grandes coisas da nossa vida têm prazo de validade. Dizemos isso tantas vezes até acreditarmos e ajude a que doa menos. Nunca deixa de doer, mas aprendemos a viver assim. 
Um dia acordamos e tudo muda outra vez. Recebemos um telefonema, um convite, os dias passam e parece que tudo se encaixa na perfeição como se nada tivesse saído do sítio. Jantares descontraídos, conversas cheias de carinho e preocupação, encontros sem estarmos à espera, o mimo de outros tempos, músicas dedicadas por quem se lembra da banda sonora de muitos momentos e, tantas outras coisas em que o coração se acalma e pensa que talvez tudo volte a ser como era. Quando estamos à espera que estes dias aconteçam, pensamos em muita coisa que gostaríamos de dizer às pessoas envolvidas. Verdades nossas que achamos que devem ouvir para que tenham noção do quanto nos magoaram. Mas nestes dois dias, aprendi que aquilo que é realmente genuíno não necessita de frases que magoam ou um apontar de dedos. Quando há aquele abraço apertadinho, aquelas brincadeiras comuns, aqueles gestos que conhecemos tão bem, não precisamos de mais nada. 
Talvez maior parte das coisas que fazem parte da nossa vida, tenham  mesmo um prazo de validade. Mas não quer dizer que acabem. Pode ser só o ponto de viragem para uma relação mais madura, mais desprendida, mais respeitada e mais independente. Porque tudo o que é grande e profundo, nunca desaparece.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Cenas

Na próxima 5ª feria, por esta hora, estarei dentro do aeroporto. Ou com os nervos em frangalhos sem saber nada sobre o meu voo, ou feliz e com os nervos em frangalhos, porque me vou meter dentro de um avião e só Deus sabe o medo que tenho a esse monte de latas com asas. De qualquer maneira a crise nervosa será uma constante, quer o voo saia a horas, quer eu fique lá até me poderem descarregar em Paris.

O que me faz pensar que tenho de ir arrumar as malas e fazer uma mágica qualquer, para que todos os casacos e camisolas polares caibam dentro da mala. Ao que parece o calor e o sol não abundam muito para aqueles lados e a última informação meteorológica que tive foi: -6º! Eu não faço ideia do que é estar num sítio com temperaturas negativas, portanto não tenho nenhuma noção de nada, o que talvez seja melhor, visto que eu até no verão preciso de um cobertor que me aconchegue! O que também me lembra que não tenho um par de luvas. Caraças, quanto mais penso, mais a lista cresce! 

Almoço com uma das pessoas mais importantes na minha existência, a minha bela madrinha. Em que o tempo voa sempre, quando nos pomos à conversa, que é como quem diz, quando eu começo a falar sem parar sobre tudo o que ocupa a minha vida e a minha cabeça. Mas no meio do rolo de carne com esparregado, deu para matar saudades, conversar um bocadinho e receber mais uma prendinha de Natal que já está aqui debaixo da minha pequena árvore. Pelas letras do saco é um perfume! E sendo a madrinha uma frequentadora do Tulipa, acho que consigo adivinhar qual é!

E pela conversa que tive à pouco horas, acho mesmo que tenho de habituar-me à ideia de que a prenda que eu queria muito, muito, muito não virá fazer-me feliz. O meu adorado casaco, aquele que quando eu vesti e se entranhou completamente na minha pele, que assim de repente nos tornámos num só, não vai parar debaixo  de nenhuma das minhas Árvores-Natal. E pronto, é com grande tristeza que te digo adeus e me despeço de ti. Poderíamos ter sido muito felizes, termos uma bela vida juntos e partilhar momentos de grande alegria meu pequeno casaco. Um até sempre! Vou ali sofrer um bocadinho e já venho.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma mãma muito especial

Já algum tempo deparei-me com uma situação que é a seguinte: não há praticamente ninguém que eu conheça desde sempre, como os amigos do ciclo, do secundário, da catequese, do grupo de jovens, dos escuteiros que não esteja casado, com bebés ou casado e com bebés. Só sei que de repente, olhei à minha volta e eram só barriguinhas a crescerem e casamentos marcados na minha agenda! 
Ora que então, no último domingo, foi a vez de uma menina que eu conheço, sei lá... não me lembro de não a conhecer. Não podemos dizer que somos amigas, daquelas que falam todos os dias ou que se vêem com frequência, porque não somos. Mas conhecemo-nos à tantos anos, vivemos tantos dias juntas, fizemos tantas vezes o mesmo caminho juntas para a escola, para a catequese, para a missa das sete e meia, para o coro, o que a torna inequivocamente parte da minha vida. É daquelas pessoas que nos faz rir até às lágrimas, cheia de vida, com uma vontade de viver que leva tudo à frente, o que a torna uma pessoa inesquecível. Sem papas na língua, mas de uma generosidade humana difícil de encontrar.  Benvindo Gonçalo! Quero-te dizer que vais ser um bebé muito amado, uma criança felicíssima e, seguramente, um extraordinário ser humano. Um enorme beijinho aos três!

Um amigo Pai

Há algumas horas atrás, recebi uma mensagem de um daqueles amigos que nos acompanha pela vida fora. Vi-o crescer, a sair da adolescência para adulto, a questionar a fé  e a sentir falta dela. Vi-o tomar decisões e a levá-las avante. Vi-o a entrar na universidade, vi-o a conquistar os seus objectivos, a batalhar pelos seus sonhos e a conquistá-los. Vi-o a apaixonar-se e a casar-se. No dia 14 de Dezembro, vi-o a ser Pai.
Sei que estás de coração cheio e que sentes que é o melhor dia da tua vida. Se há alguém com espírito de família, que nasceu para educar um ser humano, esse alguém és tu. Podes não partilhar este momento com todas as pessoas que desejarias, mas asseguro-te que essas pessoas estão a viver este momento contigo.
Benvindo João Tomás! Que este mundo seja acolhedor e terno para ti. Mas posso assegurar-te, que sempre que sentires receio, não poderás ter melhor pai para te aconchegar.
Felicidades, muitas, aos três!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uma caixa com fita amarela

Hoje recebi um conselho de uma pessoa de quem eu gosto muito, respeito e admiro.  Alguém que une a determinação e a sensibilidade como ninguém, fez-me perceber que o tempo que se perde no passado é tempo que não é empregue no futuro. Lembrou-me que um dia, usei um lenço destes ao pescoço e que fiz um projecto de vida. Que os caminhos que existem seguem sempre para a frente e, o que fica para trás, arruma-se. Depois... depois, vou escolher uma fitinha, talvez amarela, que é a cor da luz, e embrulhar tudo. Obrigada!






segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Manias e vontades

Sou uma gaja de manias. Sou, não há nada a fazer. Uma delas é a comida. A minha mãe diz sempre que sou como os ciganos, quando tenho alguma coisa que goste mais, como até enjoar. Isto vai de modas. Tive a moda dos chocolates bounty do mini-preço. Ia às compras, pegava num saco e comia-os até acabarem. Depois foi a mania dos marshmallows, dos pacotes de M&m's do Lidl, das caixas de After-Eight, dos torrões de Alicante e por último, a moda dos Ferrero Rocher. Quando começavam a ser vendidos, era a loucura. Caixas umas atrás das outras, todos os dias. Há uma bomba de gasolina perto da minha faculdade e, todos os dias antes de vir para casa, eu e a minha amiga R. abastecíamo-nos com a desculpa de que iríamos ter um grande serão de estudo. Os serões haviam, mas os chocolates desapareciam muito antes disso. Quando chegava a altura do Natal, as caixas de Ferrero parecia que nasciam em casa. Eram oferecidos por amigos e utentes da minha mãe e, como este era um vício partilhado pelas duas, aquilo era à competição para ver quem esvaziava a caixa mais depressa. Sempre que pegávamos num, dizíamos sempre uma à outra que era o último. E sempre assim, até eles acabarem. Uma loucura  partilhada entre mãe e filha, portanto. Eis que, um dia destes, o meu maravilhoso namorado apareceu-me com uma das maiores caixas que alguma vez tinha visto. Devia ter perto de cinquenta chocolates e obviamente que os comi em menos de nada. Uma caixa que, a qualquer pessoa saudável da cabeça, daria para duas semanas a mim deu-me para menos de dois dias. Enjoadinha, mas tãaaaooo enjoadinha que andei nos dias a seguir...pff! Uma autêntica overdose.
A grande notícia deste texto mea culpa, é que este fim-de-semana houve jantar cá em casa com as meninas, em que uma caixa de Ferrero Rocher esteve em cima da mesa da sala durante horas. Poderia ter sido um teste, mas não foi porque não precisei de resistir. Ora bem, não só não lhes toquei, como não me suscitaram qualquer vontade de os comer e ainda ofereci a caixa, praticamente cheia, a uma das amigas! Para quem me conhece, sabe que a hipótese disto acontecer era de 1 para 1000. Mas aconteceu. E agora sou uma menina curada destes chocolates sazonais e os meus triglicéridos vão deixar de se rir às minhas custas. Portanto, arriscar-me-ia a dizer que, estou curada deste vício. Resta saber qual será o próximo.

O jantar de Natal correu bem e deu para matar saudades. Compensámos todos os desencontros e afastamentos dos últimos meses. Cada uma tem andado na sua vida, por isso soube muito bem uma noite de conversas sem hora para acabar. Com muitas guloseimas,  muita bebida e muitas lágrimas de riso.
A N. e a S. ganharam no trivial; recebi da R. e da S. as minhas duas primeiras prendas  natalícias, que ficam muito bem debaixo da minha pequena árvore, rodeada por cinco Pais-Natal de chocolate; a conversa com a D. e a C. durou até perto das 4h da manhã. 
Acabou depressa uma noite tão esperada entre nós, mas foi bom tê-las por perto.
O domingo foi a rastejar entre a cama e o sofá.

E em jeito de acabar, deu-me uma enorme saudade da minha Bu. 
Durante o jantar, falou-se dos calendários de chocolate que têm os 31 dias de Dezembro. Aqueles em que abrimos uma janelinha por dia e aparece um quadrado de chocolate à nossa espera. Durante três Natais, a minha querida Bu (lagrimazinha quase a cair de saudade e nostalgia), no dia 1 de Dezembro, aparecia sempre cá em casa com o doce calendário e começávamos, desde esse dia, à espera da noite mais quentinha do ano.
Como tenho saudades das centenas de dias em que partilhei a minha vida contigo. E sabes, terás sempre o teu quarto, tenha eu a morada que tiver.

domingo, 12 de dezembro de 2010

I don't know

Como é que te vou conseguir explicar que encontrei em ti tudo o que procuro. Como é que te vou fazer entender, que deposito tanto amor entre nós, que te faço exigências que não és tu que as tens que cumprir. Como é que te faço perceber que és de longe o melhor homem que me passou pela vida desde que nasci, e que inconscientemente, deposito e espero todo o amor que nunca tive e que nunca dei. Pior que tudo, quando é que eu paro de esperar tudo de quem não é obrigado a dar-me nada. Quando é que consigo parar de orientar a minha vida através de expectativas. E quando é que aceito que está tudo bem, mesmo que não seja como eu quero, mesmo que não seja da maneira que eu idealizei, mesmo que não me digam o que a minha cabeça teimou de inventar que era aquilo que queria ouvir. 
Quando é que eu vou começar a respirar em vez de suspirar…

Go away

Pela primeira vez as palavras não me saem. Podia contar como foi o jantar de ontem, cá em casa com as amigas, ou sobre o bolo de chocolate que saiu fantástico, ou sobre os meus planos para a minha última semana antes das férias. Mas estou sem palavras. Deve ser porque hoje me sinto muito, muito, muito vazia. E muito pouco saudável da cabeça.
Preciso de um coração e de um passado de memórias novas.

Good dreams good dreams here to say
Bad dreams bad dreams go away




sábado, 11 de dezembro de 2010

Obrigada!

A Tulipa Lilás, em treze dias, teve 340 visitas! 
Grande parte das visitas foram de amigos em Portugal, mas muitas visitas vieram dos EUA, da Alemanha, do Japão, de Londres, da Croácia, Singapura, Indonésia e Bélgica. Por isso, um beijinho especial à Daniela, ao João e ao Renato. As outras pessoas que me desculpem por não saber quem são, mas agradeço imenso interessarem-se por aquilo que aqui vai sendo partilhado. 
O Blog era um projecto com algum tempo, mas só agora ganhou forma. Obrigada por me acompanharem nesta sopa de palavras.


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Hoje apercebi-me das saudades que tinha de ti.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Estou triste. Muito triste. Afinal a greve de dia 23 é para todo o serviço de terra nos aeroportos portugueses. E isso não se faz. Perder a viagem que sempre quis por causa de uma greve, ainda por cima uma greve na altura do Natal é cruel. Desde Agosto a sonhar com isso, tratar de cada pormenor com o namorado e comprar os presentes com a mãe para no fim, haver hipótese de não sair de casa! Não é justo! Não é!

I am a mess

Há dias que nos deixam nas lonas. Já acordei mal disposta, porque não dormi nada. As viagens de comboio entre Aveiro e Lisboa deixaram de ser uma seca e foram promovidas a massacrantes. E tudo tende a piorar, quando o nosso companheiro de banco é um senhor velhinho cheio de expectoração em que passa duas horas e meia a cuspir. O sono e o cansaço mal me deixam respirar, então bora lá apanhar um táxi e gastar seis euros, porque era menina de jurar que entre o metro e o autocarro ainda desmaiava com tanta fraqueza. Calhou-me um senhor de leste que não conhecia nada de Lisboa, em que eu não o entendia a ele, ele não me entendia a mim e que resolveu pôr-se a brincar com o GPS. Disse-lhe que indicava o caminho e dei por mim a repetir a frase tanta vez com um tom de voz já meio para o enervada, quando tomei consciência que só o braço do homem tinha o diâmetro do meu corpo todo. Resolvi calar-me. De vez em quando ele lá perguntava se estava no caminho correcto e eu dizia que sim. Cheguei a casa em menos de dez minutos. Cansada, enjoada peguei num aviso de encomenda que tinha que levantar nos correios e que acabava o prazo hoje. Lá atravessei a rua a arrastar-me a pensar, daqui a 5 minutos estás estendida no sofá, tem calma. Entrei, tirei a senha e estavam quinze pessoas à minha frente! Sentei-me e resignei-me. Até que Deus, em forma de uma velhinha, veio ter comigo e deu-me uma senha que era exactamente o número seguinte que ia ser chamado. Só não a enchi de beijinhos, porque da mesma forma que me apareceu à frente, desapareceu. Regressei a casa, ainda com o peso no peito de quem tem uma viagem marcada para o dia da greve da TAP. Já me estava a imaginar a chorar baba e ranho, no meio do aeroporto, por não ir passar o natal a Paris, porque se a minha não embarcasse eu também não iria. Fiquei mais descansada quando a minha querida Siss, informou que a Tap era a companhia de regresso da minha mãe e não a de partida. Portanto, assim no geral, acho que aos poucos tudo se vai encaixando. Só falto eu, tomar um banho, despachar tudo o que tenho para fazer e enfiar-me na cama dentro do meu pijama da Hello Kitty. Mas ainda falta taaaaaaantttttoo até ser de noite!

Corrupção, aonde?

No que se trata de economia, de macroeconomia, de gestão eu sou uma burra. Totalmente ignorante. Tenho um namorado praticamente gestor, que todos os dias me fala de IVA, de acções, de transacções e eu vou-lhe dizendo que sim com a cabeça, mas na verdade aquilo faz-me tanto sentido como um elefante a olhar para um Picasso. 
Mas uma coisa eu sei. Sei, porque a minha mãe educou-me que todas as pessoas trabalham com o intuito, de ao fim do mês, receberem um salário para se sustentarem. Para poderem comer, pagar as suas contas, para comprar aos seus filhos tudo o que for necessário. Ensinou-me também, que de todo o salário que recebem, depois de terem as contas pagas, devem guardar um pouquinho desse dinheiro. Até pode não ter nenhuma finalidade imediata, mas que se guardarmos todos os meses um pouco, ele vai crescendo. 
Nunca mais me esqueci, de um dia, estar com ela às compras e uma senhora conhecida ter-me dado uma moeda de cinquenta escudos. Oferecia-me uma, sempre que me via. Claro que adorava encontrar a senhora sempre que íamos ás compras, e que as moedas duravam poucas horas no bolso. Se queria uma guloseima, sentia-me riquíssima com os cinquenta escudos e lá iam eles! Numa dessas vezes lembro-me de querer comprar alguma coisa e já estar com a moeda na mão até a minha mãe ordenar-me que a guardasse. Eu disse-lhe que não, que a moeda era minha e que por isso podia gasta-la no que quisesse, ao qual a minha mãe respondeu-me "e o salário que recebo também é meu, posso gasta-lo todo e tu não comes." Já não sei o que senti na altura, mas sei que a moeda foi direita para o bolso e eu nunca mais esqueci essa frase até hoje. 
Ora o que eu quero dizer com isto tudo não é que seja uma pessoa poupada, que não sou lá muito, não. Mas não gasto o que não tenho. Não gasto o que não é meu. E não roubo para ter! Que é basicamente o que se passa neste país. Custa-me, de verdade, que no alto dos meus 27 anos e com uma vida inteira pela frente, tenha uma noção tão má de como este país é gerido. Não consigo perceber como é que um país tão pequeno, que se diz tão católico e bons costumes, tão cheio de moral, seja governado por um sistema político que apodrece as pessoas. Não querendo acreditar que foram pessoas podres que fundaram este sistema político.
À muito tempo atrás, li numa entrevista da Drª Maria José Morgado que tinha visto muitos políticos a chegarem aos partidos com os trocos contados e que os viu a sair com grandes fortunas. Que país é este que é feito de corruptos, que põem dinheiro ao bolso sem qualquer tipo de vergonha na cara e são capazes de ir à televisão dizer que vão à missa aos domingos? Que país é este que gasta dinheiro descaradamente em luxos próprios, que têm uma constituição que os protege de gastar milhares de euros em carros e sempre que se muda o governo, à que trocar de cortinados e redecorar os escritórios? Que país é este que tudo o que é provisório demora dezenas de anos, em que há derrapagens orçamentais de milhões, em que obras demoram o triplo do tempo a serem feitas e em que os trabalhadores vão  à casa de banho com o jornal debaixo do braço?
Sou completamente a favor do trabalho remunerado decentemente, de acordo com as qualificações e produtividade. Sou! Passar anos numa universidade, a querer saber mais e mais para poder empregar isso cá fora é um bem para o país e é assim que as pessoas bem qualificadas devem ser vistas. É um dever receberem-nos bem e pagarem de acordo com aquilo que fazemos, da mesma forma que é um dever nosso trabalhar com dedicação e empreendedorismo sem nos acomodarmos. Mas, Portugal merece mesmo que cumpramos com o nosso dever quando não há quem respeite os nossos direitos? O barómetro global da corrupção, desde 2007, refere que os portugueses acreditam num aumento de 83% de corruptos na classe política. É impossível não concordar. E o mais revoltante é que é feito à nossa frente. E não há ninguém que vá preso. Não me lembro nunca de ligar a televisão e ouvir que o país está  com os cofres cheios, todos irão ser aumentados e que todos os sistemas públicos têm verbas para tudo o que precisamos.
A desonestidade de quem procura uma pessoa para um acordozinho debaixo da mesa, que vale milhares de euros, e a ganância de quem aceita o tal acordozinho para enriquecer mais depressa, é uma pescadinha de rabo na boca. Porque passar de pobre a rico todos sabem, de rico a pobre é que ninguém quer.
 A juntar a pessoas que não sabem governar com o que têm, e dos dez que possuem gastam mil, assim, continuaremos a ser o país do "cá estamos, vamos andando, isto é uma miséria, venham de lá os subsídios". Sempre ouvi dizer que dinheiro qualquer burro o ganha, mas não é qualquer burro que sabe gasta-lo. E  burros no Governo é o que não falta!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Crise económica; o Sócrates continua a mentir e o Benfica perdeu. Tudo na mesma!

Aviões e o Sarkozy

Sempre que andamos pelas ruas estamos sujeitos a que nos aconteça alguma coisa. Ou  irmos contra um sinal de trânsito, uma gaivota voar sobre a nossa cabeça e lembrar-se exactamente de se aliviar nesse momento ou de passarmos por um sítio de obras e termos a sensação que pode saltar um tijolo. Bem, imensas coisas que podem acontecer quando temos o azar de estarmos no sítio errado à hora errada. Mas tudo isto faz parte de quem anda na rua. Agora, um avião deixar cair peças a milhares de pés de altitude e que elas aterrem em bairros onde moram pessoas, onde há cresces, onde há parques infantis, carros estacionados e pessoas a fazerem a vida delas, e a que isto tudo se junte o pequeno pormenor de que estas peças voaram até cá baixo a 50km/h, é uma coisa que me transcende e que me assusta! Mas quem é que está à espera de levar com pedaços de metal, vindos do céu, à mesma velocidade que um carro pode andar dentro de uma localidade? Assustou-me. De verdade que me assustou. Aqui fica um recado aos senhores da Taag:
Cara companhia angolana,
Venho por este meio exigir, que sobrevoem apenas o vosso continente Africano, onde há descampados suficientes para poderem deixar cair as vossas preciosas peças. É que nós aqui, para além de não termos espaço para tal, também não sabemos correr como o Obikwelu. Aqui os portugueses são pessoas muito sedentárias, que andam muito descontraídas, fazem tudo muito calmamente e não estamos habituados a fugir nem de leões, nem a perseguir chitas. Quando temos fominha vamos às prateleiras do Pingo Doce. Portanto não nos obriguem a andar na rua como se estivéssemos prestes a ser atingidos, ou a ser comidos por qualquer coisa super sónica, sim? Então, vá, Feliz Natal e sem ressentimentos, sim?

Outra notícia, mas esta pôs-me a chorar a rir. 
Estava a ler as principais notícias de manhã, quando me deparo com o seguinte título: "Sarkozy requisita guarda-costas baixos em visita à Índia". Então, ao que parece o senhor é um traumatizado. Primeiro começa por pedir à Carlinha que deixe de usar saltos, depois começa ele próprio a usar sapatos ligeiramente subidos, depois começou a escolher só pessoas baixas para comparecer ao seu lado numa televisão, que fazia a cobertura de uma visita sua à Normandia. Oh homem, você é o presidente da França. Ao que parece papa tudo o que mexe que ande de saias. A sua segunda mulher (olhe que nem todos os homens se podem dar ao luxo de já terem tido duas mulheres, assim no espaço de meia dúzia de anos, hein...!) é linda de morrer, que o que não falta aí são fotografias da senhora como veio ao mundo e você ainda tem complexos com o seu tamanho? Desculpe lá pessoas com mais de 1.65 existirem sim? Não se esqueça de para o ano, nos ingressos do IRS pôr uma clausula de quem tem um tamanho maior que o seu, pagar uma nova taxa! Quer um conselho? Mude-se da sua residência oficial para a Eurodisney e faça dos anões da Branca de Neve os seus melhores amigos, companheiros, guarda-costas e conselheiros. Assim, já se sente um grande homem. É que só assim...

Pai Natal: prendas que adoraria receber




- Vi este casaco na Mango e fiquei perdidamente apaixonada por ele. Quentinho, elegante, simples. Um sonho.













- Perfume da Nina Ricci. Todos os frascos que tenho estão praticamente vazios. E este perfume enche-me a alma. Pode ser o mais pequenino que eu  não me importo.




- Quem me conhece sabe que sou A fã de Anatomia de Grey. E que foram muitos os livrinhos escritos com as frases da Meredith e como em tantos episódios era capaz de jurar que a Meredith era a minha personificação. É sem sombra de dúvida a série da minha vida. Muitas vezes houve que não saí de casa nem atendo o telemóvel ao namorado enquanto via um episódio. Tenho todos os Dvd's e adoro olhar para o armário e vê-los ali alinhados. É um autêntico orgulho. A questão é que me foi faltando orçamento para comprar as últimas duas temporadas o que me deixa muito infeliz. Portanto se alguma alma o quiser oferecer ficarei eternamente grata.

Estes são os pacotinhos coloridos que gostava de ter debaixo da minha árvore de Natal e que, fazer-me-iam eternamente feliz. E é nestas alturas que tenho pena de não ter uma família enorme. Um pai, dois irmãos, tios e tias e primos todos juntinhos de mim. A minha lista de pessoas a quem pedinchar é por si só limitada. Mas como sou uma pessoa de sonhos e o Natal é a época de Magia eu acredito até ao fim. Pai Natal se não puderes tornar-te real, por favor emana alguma magia na hora de quem comprar os meus presentinhos. Obrigada!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um fim-de-semana assim-assim

Depois de, na sexta feira à noite, eu e o namorado termos despachado duas garrafas de vinho tinto e todos os petiscos que se fizeram acompanhar em plena conversa entre amigos, passei o fim-de-semana praticamente de pijama vestido. Já não estou para isto. Já não tenho idade para isto. Pior, o meu estômago já não tem andamento para isto. Sábado de manhã ainda corria muito álcool dentro do meu corpo e tão depressa que me deixava tonta e agoniada. Eu sei, a isso chama-se ressaca! Por isso é que eu digo que já passou a minha idade de exageros. E já tenho consciência disso à muito, muito tempo. Já não apanhava uma bebedeira à mais de ano e meio e mesmo essa foi light. Esta, no dia a seguir deixou-me derreada. E tenho cá para mim que não foi o vinho o grande culpado, foram mais as azeitoninhas e os amendoins que fizeram explodir a minha pequenina vesícula, que já de si é preguiçosa, então resolveu-me castigar de uma forma severa no sábado por tê-la feito trabalhar tanto. Aqui, publicamente minha pequena vesícula peço perdão e juro nunca mais fazer-te sofrer dessa forma. Já percebi que tens sempre razão e que se quero que me trates bem eu tenho que te tratar nas palminhas! Shame on me! Anyway, um belo prato de sopa quentinho cheio de couves, um paracetamol 1000 para cima e uma tarde toda deitada no sofá no colo do namorado às sete da tarde já era outra. Ligeiramente enjoadinha, mas já tinha côr na cara e estava muita mais arrebitada. Um jantar leve, um bom filme e cama para dormir até as 14h da tarde de domingo. 
Para ontem ficou tudo o que era para ser feito no sábado. E quem é que se atrevia a sair de casa com tanta chuva, hum? O que chovia, valha-me Deus! Muita águinha há lá em cima, livra. Ele queria ir à feira dos automóveis, eu queria ir comprar as prendas de Natal, ele queria dar voltinhas nos carros que lá estavam na feira e eu por minha vontade continuava com o pijama vestido até hoje. Mas a chuva, só deixou espaço para uma das coisas e como só deu tréguas ao fim do dia, tirei o pijama e fomos às compras. Saber o que dar a quem poupou-nos imenso tempo e viemos para casa mesmo a tempo de começar a chover outra vez!
Compras feitas, marcadas com os nomes debaixo da árvore. A minha tristeza é que nenhuma delas é para mim. Eu sei, eu sei que disse que a prenda a Paris foi e é a melhor delas todas. Oh, mas que é que querem, uma pessoa gosta sempre de ter pacotinhos bonitos a dizerem o nosso nome. A minha mãe já comprou a minha, fui eu que a escolhi e por lhe dar uso antes do natal nem foi embrulhada. Mas arrependo-me tanto disso! Acho que ainda a vou embrulhar. Não vá ser a única...

P.S. Vou pôr aqui a lista de presentes que gostaria de receber. Não é que alguém venha ver isto, mas também não se perde nada!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dia Mundial da Deficiência

Ainda tenho a esperança que um dia, todos tenham a consciência e a sensibilidade de que todas as pessoas, sejam elas de mobilidade reduzida ou invisuais, sejam tratadas como pessoas  normais que são. E serem tratadas correctamente não é mais que conseguirem ir a um multibanco sozinhas, terem sinais sonoros de aviso, terem passeios sem carros onde possam andar e as barreiras arquitectónicas não os impeçam de ir a algum lado. Enfim, como já disse, serem pessoas normais e fazerem a sua vida normal, que qualquer um de nós faz sem questionar o nosso direito. Estas pessoas existem, fazem parte da sociedade como qualquer outra pessoa que nasça e a sua condição pode ser aplicável, por um azar da vida, a qualquer um de nós. Portanto, quando puserem um carro em cima de um passeio lembrem-se que há alguém que precisa dele para andar em segurança. Quando virem um invisual a ir direito a uma parede, lembrem-se que se estivessem em perigo gostariam que alguém vos pusesse a salvo e lembrem-se que qualquer dessas pessoas podem ser um dia, alguém do vosso coração. E em relação a outros tipos de diferença, como  a síndrome de Down e outras patologias que deixam características físicas diferentes das nossas, evitem olha-los com cara e olhos de Bambi. São pessoas normais, dignos, inteligentíssimos,  com capacidades fantásticas e com uma coragem muito maior que a maioria dos comuns mortais. E essa é, seguramente, a única diferença!

Um Rapaz igual aos outros

Ontem fui ao Pingo Doce comprar pão. Estava na fila em frente à porta de entrada quando entrou um rapaz com um segurança atrás dele. Era um rapaz normal, não era mendigo, apresentava-se de uma forma limpa, perfeitamente comum igual a tantos outros. Mas ao olhar-lhe para a cara houve qualquer coisa nos olhos dele que me fizeram engolir em seco. Olho para o segurança que o seguia e vejo que trazia numa mão uma peça de roupa em ganga e um pacote de leite na outra. O rapaz entrou no supermercado meio cabisbaixo enquanto o segurança lhe dava ordens para que direcção devia seguir. Entraram os dois para uma porta de acesso restrito e no mesmo instante que a porta se fechou voltou-se a abrir com outra pessoa, que obviamente teve de sair para não presenciar o que se passaria. E isto tudo mexeu comigo. O olhar do rapaz mexeu comigo. E o pacote de leite mexeu comigo. 
Roubar é uma atitude má, reprovável, injusta para quem tem que gastar dinheiro no que precisa e outros a levarem o que querem sem o merecer. E é ainda mais revoltante quando se rouba para enriquecer, quando há maldade, quando se magoam pessoas. Quando há grupos de fedelhos que entram num supermercado e vandalizam e roubam álcool, rebuçados, batatas fritas que claramente não é para lhes matar a fome. Mas não consigo sentir nenhum sentimento mau quando me lembro daquele rapaz, que deu-me a sensação  de sentir-se profundamente humilhado e triste por ter sido apanhado a roubar um litro de leite. Algo que todos deveriam ter, que todos deviam dar como certo, que todos merecem e que todos precisam. Não sei se foi a primeira vez, ou se já é regular ter que roubar para comer. Também não sei o que se passou para lá daquela porta de acesso restrito, mas posso assegurar que me incomodou...muito!

Gotan Project... adoro e muito. Quando me casar danço este tango.

A moda do telemóvel numa mão e da vassoura na outra

Já perdi a conta às senhoras de limpeza que vejo nas estações de comboio, no metro e em tantos outros sítios a falarem ao telemóvel e, ao mesmo tempo, tentarem varrer, limpar e pegar na pá.
À uns meses desci na estação de Sta Apolónia e fui ao wc mudar de roupa, porque não tinha tempo de ir a casa fazê-lo, nem queria  fazer a viagem com o vestido a que ía ao crisma do meu afilhado, sob pena de parecer que vinha directa da máquina de lavar. Então trouxe-o direitinho num cabide e quando chegasse a Lisboa era só enfiá-lo no corpo. Tudo muito bem até aparecer a senhora da limpeza que entrou a falar aos gritos com  o  telemóvel numa mão e com a esfregona na outra, até que de repente noto que os gritos já não são para o telemóvel mas para mim. Que tinha que sair dali já, que ela queria limpar, que tinha que fechar a porta à chave(?!) e nesta explicação o telemóvel continuava ligado. Só quando me apercebi que estava aos gritos comigo, já ela ía a meio de tanto praguejo. Disse-lhe educadamente que me despachava num instante, mas a senhora continuou muito exaltada até que, a minha paciência me deixou por uns momentos e levou com: saio daqui quando  entender, quando estiver pronta, se quiser limpar vá começando ou então espere que eu saia de uma casa de banho que é pública, a que eu tenho todo o direito de usufruir, e com certeza que não vai ser a senhora a ditar as horas e o tempo em que posso usa-la! -Eu juro que sou um doce de menina- E pronto, a senhora lá retomou a sua conversa telefónica (devia ser moxe, para esperar tanto tempo...), num dialecto que eu desconheço e em que, aposto todos os feijões cá de casa, que era a falar mal de mim. A moral da história é que aquela pressa de asseio ficou mesmo pela intenção, porque enquanto estive lá dentro a zona das sanitas estavam livres e continuavam nojentas, os lavabos e as torneiras continuavam castanhas e eu só estava a usar um espelho a um canto para me poder maquilhar. Com 1,56 m e 46 kg de gente não ocupava espaço suficiente que a impedisse de trabalhar. Cheguei realmente à conclusão que o que ela queria mesmo, era estar na conversa e de preferência, que o chefe não a visse, não fosse ela direitinha para o olho da rua e sabe Deus como está difícil arranjar um trabalho onde se é paga para falar ao telemóvel. Quando saí estive mesmo com vontade de apresentar queixa por escrito ao chefe da estação, mas acho que a luz que o meu afilhado ía receber, passou por mim antes de ir para a igreja de St António e dissuadiu-me. Ah, quando eu saí a senhora continuou sentada na sua conversa.

Passado uns meses, fui de férias com o namorado e num wc do local onde ficámos instalados, sempre que encontrava a senhora da limpeza estava ao telemóvel. Despejava o balde do lixo, limpava as louças da casa de banho, trocava os rolos vazios pelos de papel e tudo isto ao telefone. A falar de uma forma muito mais moderada, portanto uma senhora civilizada, mas fosse de manhã ou ao fim do dia lá estava ela à conversa e a fazer o seu serviço. Não levem a mal eu questionar, porque isto, cada um trabalha como gosta, mas... será que as casas de banho ficam mesmo limpas e asseadas, tendo em conta que são centenas as pessoas que a usam? E, atenção, não estou com isto a pôr em causa a utilidade de alguém que tenha que fazer várias tarefas apenas com um membro. Se fossem incapacitadas de um dos membros superiores, eu não punha de modo algum em causa as capacidades dessas senhoras. Porque a partir do momento, por alguma fatalidade da vida, uma pessoa precisar de dar ao seu membro o dobro da sua funcionalidade, o organismo está apto para o memorizar e fá-lo-á eficientemente. Já dizia a minha professora de neuro-muscular que a função faz o órgão. Aqui não é essa a questão. Mas com uma pessoa, completamente funcional ao nível dos braços, não me convençam que o trabalho fica bem feito e que as coisas sejam bem limpas, porque não ficam. Mas pronto, a senhora precisa da outra mão para falar ao telemóvel. Há que ter prioridades.

Hoje, no metro do Marquês de Pombal, estava eu a carregar o meu bilhete com o multibanco e a retirar os talões - o comprovativo de carregamento e o talão do multibanco- quando a senhora da limpeza, adivinhem, com o telemóvel numa mão e a tentar equilibrar uma vassoura e uma pá na outra, pára a sua conversa e teima comigo que os dois talões que estava a arrumar não eram os meus. E eu respondi que sim, que eram, e ela que não que não eram, e eu ,sim são, e ela num rasgo de luz disse: "ah, pagou por multibanco"?  E eu dei por mim com cara de parva a olhar para a senhora e pensei: "mas que raio tens tu que ver com isso!?" e no mesmo instante, ouço-a a retomar a conversa e a dizer: "desculpa lá, é que estava aqui a falar com uma senhora e meti-me onde não devia." Vá lá... mas limpar casas-de-banho, manter as estações limpas, sem papéis, sem jornais "Metro" espalhados pelo chão é que está quieto. 
Como em todas as profissões, há bons e maus profissionais e quero deixar bem claro o meu respeito por todas as pessoas que têm o digníssimo trabalho de limpezas. Muitos familiares meus o fizeram e, alguns, ainda o fazem. Não se trata da profissão em si, mas da falta de brio com que é feita, pelo menos nestes três casos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um dia...

... hei-de ser descontraída;
... ter poder de encaixe;
... não criar expectativas;
... aprender a falar sem me zangar. Juro!

De La Defense à Branca de Neve

Foi ao som de J'y suis jamis allé e do restante álbum Fabuloso Destino de Amelie Poulain, que estive a preparar o roteiro da viagem a Paris. Consegui dividir tudo por quatro dias, de maneira a que não houvessem correrias e com paragens obrigatórias no Deux Moulins e no Ladurée. Um passeio tão lento quanto possível e tão rápido quanto necessário. Tirei um dia para os museus que mais nos interessam com a respectiva paragem para um chocolate quente no Angelina e um lanche na Chez Paul. Os dois dias seguintes passeia-se desde La Defense até à ponta de Notre-Damme com os necessários desvios e paragens pelo meio. A livraria Shakespeare and Company e a taça de vinho no Au Savignon serão as despedidas de longos dois/três dias pelas ruas fabulosas de Paris. Com direito a luzes de natal, a neve (se Deus quiser), a mãos dadas, a namoro...muito namoro, a perder-me nas montras das lojas e a respirar fundo para trazer cada pedacinho daquelas ruas comigo. Engraçado como ainda me lembro tão bem das direcções das ruas e do nome de tantas estações do metro. 
Ás 23:59h, quando acabar 2010, tenho a certeza que acabei um ano tão desgastante da melhor maneira possível. No primeiro dia de 2011 vou ter com a Minnie e com o Mickey e com o Pateta e com todos aqueles que me arrancavam da cama cedinho, ainda mal tocava com os pés no chão sentada no sofá, e que me faziam entrar no mundo do sonho. Há lá melhor programa do que ir à EuroDisney no primeiro dia do ano? Sim, sou uma menina muito feliz! E feliz a miltriplicar por poder partilhar tudo isto com a minha pessoa.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Gosto. Gosto muito

Paris

Tinha uns cinco anos a primeira vez que fui a Paris. Depois voltei lá aos dez, aos treze e aos quinze. Quando entrei para o ciclo escolhi a opção de francês, a sonoridade da língua fascinava-me. O meu tio levava-me com ele sempre que podia e passava grandes temporadas lá em casa. Obrigava-me a contar os números todos até cem e a repetir vocabulário. Um dia a minha tia decidiu mandar-me comprar uma Baguete. Claro que lhe disse que não sabia falar francês, que tinha vergonha, que ia-me perder pelo caminho mas ela não se demoveu. Escreveu-me a frase num papel, repetiu-a comigo uma vez e ala-que-se-faz-tarde. E eu fui, num misto de nervoso miudinho com uma alegria que me enchia os pulmões de estar em Paris a fazer um recado em francês, como se pertencesse aquela cidade e morasse ali desde sempre. Cheguei à padaria e a senhora muito sorridente disse-me Bonjour e eu sorri e disse-lhe a medo "Et une demi baguette s'il vous plaît." No meio daqueles segundos de hesitação fiquei à espera que ela não tivesse compreendido nada do que eu disse, mas não, ela sorriu e trouxe-me uma enorme baguete mais meia como lhe tinha pedido. Paguei, disse obrigada e vim da padaria aos saltos até casa, feliz e orgulhosa. 
Acho que foi desde os treze anos que o fascínio francês se apoderou de mim e que sempre que podia escapava-me para lá. Sentia-me tão em casa que aos vinte e três voltei lá sem precisar de ajuda de nenhum mapa. Sabia perfeitamente onde queria ir, como lá chegar  e com grande à-vontade. Claro que o francês desapareceu e eram poucas as palavras que eu me lembrava, mesmo assim conseguia perceber o que lia e o que ouvia. As saudades de voltar começam sempre quando estou de partida e continuo a dizer que adorava morar em Paris. Adoro música francesa, vejo todos os filmes que sejam lá filmados, gosto da classe das pessoas, gosto do ritual do copo de vinho ao fim do dia, gosto da fachada de cada prédio e nunca me canso de ver tudo aquilo que já vi dezenas de vezes. É como se quisesse absorver tudo e trazer tudo comigo.
Já à muito tempo que  andava a suspirar por Paris e a sonhar em passar o Natal e o Ano Novo entre a Torre Eiffel e o Sena. E é este ano que se vai concretizar. Tive a sorte de receber uma prenda adiantada e ofereceram-me a viagem. Não consigo expressar a felicidade que senti quando ouvi essas palavras dos meus tios. Principalmente quando tenho a sorte de partilhar estes dias mágicos com a mãe e com o namorado. Não, não posso pedir mais. Só esta prenda vale por todas e mesmo que não tenha nenhum embrulho para abrir no Natal, considero que esta prenda é a prenda mais bonita que poderia ter. Já desembrulhei, no dia que tive os bilhetes na mão.
É nestas alturas que me sinto abençoada. Completamente abençoada. 
 



Obrigada tia M. e tio A.

Dezembro

Já fiz a minha pequena Árvore de Natal na casa de Lisboa, as luzes piscam e o sapatinho  está pendurado. A lista de compras está feita e algumas já estão compradas. O jantar de Natal com as amigas está combinado e o dia certo. Agora vou preparar a viagem a Paris. Isto tudo com o Frank Sinatra a aquecer-me o coração. FELIZ NATAL!