segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Umas vezes por cansaço, outras vezes por falta de palavras para conseguir expressar-me, outras vezes por preguiça mental, numa semana que aconteceram tantas situações que me deixaram a tremer, não fui capaz de escrever uma única linha aqui. Não por não ter opinião, que a tenho. Mas também tenho tido um turbilhão de emoções que me têm feito companhia nas últimas semanas, que me têm deixado a alma (mais) inquieta. E quando isso acontece, mergulho para dentro e nado profundamente até ao interior à procura de respostas e sossego. E não sai nada cá para fora. Muito menos palavras. Já os pensamentos, são à catadupa. 
Estar numa fase de introspecção e, ao ligar a televisão, ter conhecimento que há uma criatura que se auto-intitula como cavaleiro templário e acha que lhe assiste o direito de matar dezenas de pessoas pela única razão de que «era necessário», causa-me arrepios e uma grande vontade de vomitar. 
Passar dias inteiros a pensar como aplicar o meu projecto de vida, limar arestas, ajustar expectativas e, ao ver um programa de entretenimento, leio em rodapé que uma das cantoras mais talentosas do século XXI, com uma voz inesgotável, com uma veia artística maravilhosa morre, por causa de más escolhas umas atrás das outras, e despreza o dom que nasceu com ela, faz com que cresça em mim uma grande irritação pelo desrespeito à vida.
Portanto no meio disto tudo, prefiro mesmo é estar calada. Porque é tão fácil ser mesquinho com as pessoas, mesmo até com quem gostamos, e depois vem a vida e vira tudo, ou a morte que leva tudo...


P.S. Tendo opinião própria, mas acreditando que ainda há muita gente que sente com o coração da mesma forma, é isto que sinto. Em http://apipocamaisdoce.clix.pt/  

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Odeio funerais. Nunca na vida me vai custar menos ir a um funeral. E, que Deus me perdoe, acho todo o ritual à volta de uma morte terrivelmente mórbida.
As 24h que se passam desde a chegada do caixão, que fica em câmara ardente, até ao enterro quase sempre com o caixão aberto é demasiado violento. Acho um esticar de uma situação, que acaba por não servir especificamente para uma despedida, mas para uma tortura psicológica para quem perde a pessoa mais importante da sua vida. É um arrastar de rezas, de choros, de gritos. É um corpo que é só mesmo isso, corpo, que merece respeito e dignidade e que, ao meu ver, estar exposto durante tantas horas dentro de um caixão aberto não lhe dá a dignidade merecida. Reconheço que é um tema que é muito melindroso falar, e que muitos acharão a minha opinião desrespeitosa, mas é a minha. Nunca me vou habituar a este ritual. Não gosto. Não concordo.

Mas a ti meu querido tio, que foste ter com a visa-avó Brízida, sei que sabes que todos gostamos muito de ti e, eu em especial, vou sentir muitas saudades das noites de verão, no terraço da avó, a rir-me muito com as tuas ideias deliciosamente teimosas.