segunda-feira, 1 de agosto de 2011

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Odeio funerais. Nunca na vida me vai custar menos ir a um funeral. E, que Deus me perdoe, acho todo o ritual à volta de uma morte terrivelmente mórbida.
As 24h que se passam desde a chegada do caixão, que fica em câmara ardente, até ao enterro quase sempre com o caixão aberto é demasiado violento. Acho um esticar de uma situação, que acaba por não servir especificamente para uma despedida, mas para uma tortura psicológica para quem perde a pessoa mais importante da sua vida. É um arrastar de rezas, de choros, de gritos. É um corpo que é só mesmo isso, corpo, que merece respeito e dignidade e que, ao meu ver, estar exposto durante tantas horas dentro de um caixão aberto não lhe dá a dignidade merecida. Reconheço que é um tema que é muito melindroso falar, e que muitos acharão a minha opinião desrespeitosa, mas é a minha. Nunca me vou habituar a este ritual. Não gosto. Não concordo.

Mas a ti meu querido tio, que foste ter com a visa-avó Brízida, sei que sabes que todos gostamos muito de ti e, eu em especial, vou sentir muitas saudades das noites de verão, no terraço da avó, a rir-me muito com as tuas ideias deliciosamente teimosas.


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