terça-feira, 26 de abril de 2011

O estado em que eu me encontro...Parte II


Ai que eu tenho tantas saudades de vir para aqui escrever, queixar-me, partilhar a minha felicidade, resmungar, contar as voltas que a vida dá num só dia e como nada acontece por acaso e como a vida bate sempre certo. Mas é que ando tão desorganizada de tempo, a minha cabeça anda tão a mil, que as palavras não conseguem sair à velocidade dos acontecimentos.
Valeu uns dias perdida numa aldeia de trás-os-montes, entre os folares, as roscas, o colo dos avós, as brincadeiras com os primos e as risadas com a família. Os dias no terraço a ler, o jantar à volta da lareira e o cházinho no escano da cozinha.
E é bom acordar de manhã com um telefonema a pedir-nos a nossa presença, a reconhecer a nossa utilidade e podermos usufruir do sol ao mesmo tempo. Sabe bem começar de novo, redecorar, reorganizar, readaptar.
Apesar de ainda muita coisa precisar de ser feita, aos poucos, tudo se encaixa. Tudo entra nos eixos. E é assim que se vive... um dia de cada vez, a ser Feliz!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Só para dizer Olá!

Muito, muito, muito, muito cansada!
Mas prometo que, no fim-de-semana prolongado da Páscoa, me dedico a contar as mil e uma histórias dos meus últimos dias. A quem tiver saudades da Tulipinha activa, que fique descansado. É que ando realmente muito ocupada!


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Se soubesse o que sei hoje

Há dias complicados. Há meses complicados. Há anos complicados. Há fases complicadas. Um pequeno nó transforma-se em novelo, o novelo transforma-se em bola e a bola rebola descontroladamente. Tudo era tão fácil de evitar se nos ensinassem a pedir ajuda no tempo certo, reconhecer o exacto momento de tomar decisões e parar no primeiro nó. Podíamos aprender na primária a ter lucidez no tempo certo, do mesmo modo que nos ensinam as letras, os números e as cores. Nunca fez tanto sentido a frase, "se soubesse o que sei hoje..."!
Muitas noites sem dormir, muita angústia, muito nó na garganta, muita dor de estômago, muita preocupação. Tudo nos tira a cor da pele, o brilho dos olhos, o sorriso da cara. Quando se bate no fundo e nos apercebemos que já não dá para descer mais, levantamo-nos. Porque o tempo dos gemidos foi durante a queda. Agora já chega. Porque nada acontece por acaso. Mesmo se soubesse o que sei hoje...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Portugal

A Ditadura Democrática Portuguesa elimina os que pensam e promove os burros. (Peço desculpa ao animal, por quem tenho muito carinho e admiração).
   
Este é o maior fracasso da "democracia portuguesa".
(POR CLARA FERREIRA ALVES)

Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! Camaradas Sócrates... Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos. Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.

Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades. Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.

Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.

Clara Ferreira Alves - "Expresso"

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Tulipa no parque


Os dias melhores são, sem dúvida, aqueles em que não fazemos planos. Aqueles em que saltamos da cama de coração aberto, de sorriso na cara e pensamos ' bora lá p'ra rua, a ver o que dia nos reserva'! Sábado acordei assim, sem nada planeado a não ser ir almoçar a casa da tia. Sem hora para vir, sem ideia do que fazer o resto do dia. E o dia foi acontecendo.
Quando à noite me sentei no sofá doía-me a barriga e as bochechas de tanta risada, doía-me os pés de tanto correr, estava cansada de tanto passeio, tinha a boa disposição nos limites máximos de tanta brincadeira. Entre jogar a apanhada,  ao macaquinho do chinês - que já não jogava desde 1995 no mínimo- ver magia, fazer cócegas, mandar beijinhos foi assim um dia para lá de espectacular!
Ter crianças pequeninas, brincar com elas e esquecer o resto do mundo devia ser daquelas receitas prescritas para a depressão, a hipertensão, o colesterol, a rabugice, a tristeza, tudo! Porque a felicidade que elas nos dão e aquilo que nos fazem correr para as acompanhar é a cura para todos os males. 
E o meu coração em especial derreteu-se com os miminhos e os beijinhos e as festinhas e o carinho deles para mim, de mim para eles e entre os dois. E as minhas hormonas saltitaram que nem umas batatas fritas e activaram o meu instinto maternal. E a única coisa que me passava pela cabeça era 'quero isto para mim'! 
E tudo isto voltou a acontecer no dia seguinte! Oh, Vida Feliz!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Desassossego


Do mesmo modo que ando tão desinspirada para escrever, ando com a cabeça cheia de preocupações e medos e receios. Que isto de ser optimista e tentar assobiar para o lado como se estivesse tudo bem, não funciona comigo. É que ando mesmo desassossegada!

quinta-feira, 7 de abril de 2011


É uma merda quando se luta muito e se perde! Principalmente quando a batalha é desigual. Desta vez a doença levou a melhor, mas tenho a certeza que teve luta até ao fim. A quem foi, que esteja em paz.  Aos meus amigos que tenham força para resistir à tristeza e coragem para enfrentar a saudade.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Nem sempre estamos certos. Mas não porque estejamos errados.

Greves


Ora bem, eu até entendo as greves. Acho justo que as pessoas se manifestem e lutem pelos seus direitos quando não estão a ser cumpridos. O que não entendo é que, sendo do conhecimento geral que este país está na bancarrota, falido, sem um centavo no bolso, kaput mesmo, estejam a reivindicar...salários! 
A merda é que as pessoas que estão a ser prejudicadas somos pessoas que nada podem fazer, porque não são os afectados pela greve que gere o que a empresa ganha. Nós, comuns mortais, pagamos um passe para nos deslocarmos, que não é tão barato quanto isso, e ficaríamos muito felizes se o pudéssemos usar.
Se querem mesmo reivindicar o que vocês acham que têm direito, ponham-se à porta de casa dos administradores e gestores que são responsáveis pela empresa que representam. Porque são eles que ficam com os vossos salários, que geriram mal as receitas e levaram-nos a todos a esta situação. Furem-lhe os pneus dos carros luxuosos, façam o diabo a sete se for preciso, mas ACABEM com a merda das greves do metro, que sempre que existem trancam-me em casa e eu tenho mais que fazer à vida! Se começo a ir de táxi sempre que há greve, deixo de pagar as contas cá de casa e passo a comer atum todos os dias.
Portanto era muito simpático pararem com as greves, a que eu já perdi a conta, e que todo o Portugal já reparou que têm sido completamente ineficazes!  
É que ando mesmo fartinha de vocês!

[A pensar seriamente em mandar este post para a caixa de reclamações da Metropolitano de Lisboa.]

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Benfica- A perda do Campeonato e da Dignidade

Já muita gente comentou as tristes cenas de violência antes do jogo Benfica-Porto, assim como a atitude de suprema estupidez, de no final da partida, terem apagado a luz do estádio e ligado os aspersores. Eu sou só mais uma. Sendo benfiquista desde pequenina, vale o que vale. Mas ora então vamos por partes. 
Desde quando começou a moda dos apedrejamentos aos autocarros dos clubes, às claque, aos carros dos dirigentes? E de que forma é que isso faz com que se ganhe ou perca jogos? Às vezes, e ultimamente de forma muito constante, penso que quanto mais a sociedade evolui, mais as pessoas são animalescas. O que é um contra-senso! Sociedades modernas seria normal terem outro tipo de pessoas. Pessoas (?) diferentes daquelas que ontem mandavam pedras à polícia, partiam carros de famílias à pedrada, faziam as figuras mais tristes em frente às cameras de televisão. Pareciam autênticos animais aos murros, aos insultos, completamente descontrolados. Já fui uma benfiquista muito assídua do estádio da luz, já tive o prazer de ver grandes jogos tanto para a Champions como para a Liga portuguesa e nunca assisti a nada disto! Quanto mais o tempo passa, mais as pessoas ficam estúpidas é?

Adiante, mas não menos triste, foi a falta de fair-play que houve no estádio. Mas que raio foi aquela ideia de terem apagado os holofotes da relva? Que atitude estúpida foi aquela de ligarem a rega? Mas que idade têm estes dirigentes que dão ordens tão mesquinhas como estas? Sete, oito anos?  Mas anda tudo estúpido ou quê? E se por algum acaso, no meio daquela escuridão, alguém se magoasse a sério, como é que seria? Estavam lá centenas de adeptos a comemorar, homens, mulheres, crianças, famílias que pagaram bilhete, que compraram aqueles lugares e a direcção manda apagar a luz? Foi a atitude mais infantil que vindo de um clube de 107 anos poderia ter. Uma vergonha! Isso e dar banho aos jogadores, que pelos vistos até agradeceram que deviam estar bem transpirados! 
Ontem não perderam só o campeonato. Perderam muito mais que isso. A dignidade e o respeito dos adeptos! E eu falo por mim!

Mais coisa, menos coisa é isto que penso

Ligo a tevê nas notícias e só ouço falar em FMI, crise, taxas de juro, ratings, os raspanetes da Merkel, o gozo dos ingleses, os conselhos dos irlandeses, que somos o "lixo" da Europa, que vamos falir, soçobrar, desaparecer do mapa, kaput. Os jornalistas falam da crise económica como se noticiassem o tsunami no Japão, uma horrível desgraça natural da qual não vão restar sobreviventes, embora por enquanto  esbracejemos vivos por entre os escombros da derrocada, e apareçamos em directos escabrosos feitos de tripas e sangue. Ora, eu saio à rua e parece-me que a vida continua mais ou menos como sempre. Estamos no geral mais pobres, é certo, temos menor qualidade de vida, compramos casas com menos assoalhadas, mais longe dos sítios onde trabalhamos, levantamo-nos mais cedo. Temos dificuldades, muitos de nós desempregados, alguns porque não querem lavar escadas, outros viciados no subsídio. Na rua, as pessoas continuam a entrar nas lojas, as mulheres a cobiçar o mesmo único top. Compramos menos, compramos pouco, mais marcas brancas, menos gourmet, cortamos nos pequenos luxos. Menos livros, menos revistas, mas os carros continuam a enxamear a cidade nas horas de ponta, apesar dos combustíveis. Gente é despedida mas gente também é contratada; vendem-se casas, arrendam-se outras, menos dinheiro passa entre mãos. O sol nasce e põe-se, os nossos putos vão e vêm das escolas, das creches. Muitas são públicas - e são boas. Os mais velhos têm as mesmas crises vocacionais que tínhamos com a idade deles, mas muito mais escolha e um ministério com computadores que os ajuda a escolher. Têm o Erasmus, os voluntariados, a net que nunca os deixa sozinhos. Vivemos numa democracia e eu não tenho de usar burka nem chador quando saio à rua. Ganho menos, não tenho a vida fácil que tinha há uns anos (por outras razões que não apenas a crise), mas a praia continua lá, o mar, a areia, as arribas e é tudo de graça. Há filmes e séries giras, cada vez mais sítios para sairmos à noite, esplanadas onde podemos beber um café por menos de um euro e gozar a vista, cheirar o sol, rir com um amigo. Continuamos a apaixonar-nos; pelo novo namorado, pela filha que nasce, pelo sobrinho, pela vizinha do lado, pelo cão que trouxemos do canil. Andamos cansados, temos de dar mais de nós para receber o mesmo (ou menos ainda), mas temos hospitais, seguros de saúde, parques infantis, ciclovias. As rádios dão-nos música, chateamo-nos com o chefe, com a puta da colega que nos lixa, saímos à porta para esfumaçar, inspiramos fundo, voltamos a entrar. Trabalhamos em merdas de que não gostamos mas paciência, é assim com quase todos. O manel da tasca continua a servir copos de três e amarguinhas aos agentes da ordem, apesar da carga iminente do FMI. As administrativas continuam a falar do namorado da alexandra lencastre e do cristianinho. E apercebemo-nos de que o histerismo televisivo-jornalístico que nos prevê o armagedão é um bocado apenas isso mesmo: histerismo, obsessão, gritaria, politiquice rasteira à desgarrada, dia após dia e sempre no prime time. Tudo amplificado pelos jovens precários que querem a luta e que se acham únicos e singulares na sua normal incerteza de princípio de vida; e pelos políticos, que incutem no povo  esta novel fobia por abstracções cujo significado este mal entende, feitas de siglas, acrónimos e de estrangeirismos que seguramente nos farão mal, muito mal. Andamos com medo, mas não sabemos exactamente de quê. E eu, apesar de estar quase nas lonas, de lamber as montras e de pouco ou nada poder comprar para além daquilo com que faço questão de mimar os meus, acho que é importante ter isto em perspectiva: não obstante os ai-jesus europeus e do mundo em geral em relação ao suposto lixo que é Portugal (e que nos são diariamente gritados aos ouvidos),  temos carros, ruas, jardins, pessoas, mulheres de mini-saia, bebés nas cadeirinhas, autocarros, mini-pratos, menus do dia, jornais de ontem, salas de cinema, pipocas, imperiais, pão fresco - e  ainda montras para lamber.
 
Post publicado no blogue Controversa Maresia

F.C.P. e o Namorado


O ano passado estava eu com o namorado, a vir do Dolce Vita a caminho de casa, quando o jogo do Benfica terminou e sagrou-se campeão! De repente ficámos cercados de carros, cascóis, bandeiras e muita cor vermelha. Eu, orgulhosamente benfiquista, juntei-me logo à festa a apitar dentro do carro e a gritar Benfica para grande desgosto e dor de cabeça do meu homem que é Portista desde pequenino (como ele costuma dizer). Ainda não satisfeita com aquela festa, quando chegámos a casa, fui a correr buscar o meu cascol muito encarnado e coloquei-o em cima da televisão. O meu fantástico namorado deixou-me fazer a festa e na verdade, nem me ligou muito. Passou um ano. Ontem tinha-o aos gritos à mesa do jantar a gritar Porto. Ontem tinha-o colado à SportTV eufórico. Ontem fiz o caminho de Aveiro a Coimbra com o rádio aos berros para não perder os últimos minutos do relato. Ontem fiz metade da A1 com o meu namorado às buzinadelas, a fazer sinais de luzes e a gritar o caminho todo POOOOORTO! Ontem foi a minha vez de o deixar fazer a festa. A dar-lhe os parabéns e admitir que foi um justo vencedor!
É assim a vida! Uma vez um outra vez outro, mas sempre felizes com as vitórias um do outro! Parabéns F.C.P.! Parabéns Amor!

sexta-feira, 1 de abril de 2011