sexta-feira, 15 de julho de 2011

(Des)Amizades

Não é preciso ser a Paula Bobone para se ter noção que quando se é anfitriã de uma festa, é de boa educação dar-se atenção a todas as pessoas. Partindo do princípio que entre a pessoa que convida e os convidados existe um sentimento de afectividade, acho de muito mau gosto em que durante a festa não se dê o mínimo de atenção a uma pessoa, ao ponto dessa pessoa se sentir a mais na festa. Quando um convidado tem vontade de se vir embora do sítio, porque se sente desconfortável e completamente a "nadar" no meio do acontecimento, a única coisa que me passa pela cabeça é que a pessoa que convidou o que gosta é de fazer número. Porque na prática dá atenção a um grupo de três ou quatro, que deve ser o grupo da moda no momento, e as outras pessoas que convidou, que foram pelo carinho e, essas sim, pela amizade, se calhar mais valia não terem ido.
Acho que acontece com todos, à medida que o tempo passa, as pessoas afastarem-se mais de umas pessoas que outras, deixar cair algumas relações que antes eram mais próximas ou até estreitarem laços com alguém que antes não tinham afinidade. O que me incomoda mesmo, são aquelas pessoas que tratam a Amizade por modas. Ora hoje é muito amiga deste, amanhã é muito amiga daquele, para a semana é a melhor amiga de alguém que conheceu à três dias e já não se largam, e vai assim somando pelo caminho pessoas que vão sendo usadas conforme os gostos. Claro que há sempre uma ou outra constante. Mas o desprendimento com que larga uma pessoa, a leveza como desfaz um grupo, a arrogância como decide quem continua a fazer parte do mesmo grupo ou não, a manipulação de pessoas, o desinteresse da tristeza que provoca à pessoa que foi posta de parte do dia para a noite sem nunca ter decidido coisa alguma. Com que direito se desfazem memórias, vivências, horas e horas de ajuda, de conselhos? 
Os da psicologia dir-me-ão que são pessoas muito carentes, que precisam de muita atenção, que abandonam as outras pessoas para elas não serem abandonadas ou desiludidas. Uma merda, é o que é. Porque estamos a falar de pessoas lúcidas, que se não gostam de ser abandonadas, não deviam abandonar. E a facilidade com que cortam laços, não querem carinho, querem é ser o centro das atenções. E, pessoas com estas atitudes a mim irritam-me. E vai daí, por estar fartinha de perceber e desculpar, há um dia que se corta o mal pela raiz. Há-de acontecer o mesmo a quem aceita convites para se sentir um peixe fora do aquário.

2 comentários:

Ana Raquel Oliveira disse...

Pinzes ... onde é que eu já vi isto? És mesmo a minha Pinzes :) lobiu *

Fotografias com Histórias Dentro disse...

Não concordo com a parte das festas. Se as pessoas se sentem à parte é porque, grande parte, das vezes se colocam elas próprias nessa posição. Não falar com ninguém, fazer cara de frete e ser anti-social são sintomas que podem contribuir para isso. Não se pede a toda a gente que seja a alma da festa..são coisas que nascem ou não com as pessoas, mas um pouco de interacção é sempre positiva para depois não ter que se optar pelo papel da coitadinha. Beijinhos Cátia Matias