quarta-feira, 23 de março de 2011

Linhas Paralelas


Há amizades que ficam para a vida. Daquelas em que os anos vão passando, as escolhas vão sendo feitas e, mesmo por caminhos diferentes, conseguem sempre manterem-se em paralelo. Como se fossem duas linhas, que nunca se cruzam mas, que nunca se largam. É tão bom termos uma amizade onde podemos estar quatro horas à conversa, em que o tempo passa a voar e ainda fica tanto por dizer. Ter uma cumplicidade, um à-vontade, um carinho, uma admiração, um respeito, um conselheiro mesmo quando maior parte do ano cada um vive em continentes diferentes, em mundos diferentes, em vidas diferentes. São poucas as pessoas que se podem gabar de ter um amigo com quem se queira falar de tudo, e mais importante, que fazemos mesmo questão da sua visão, da sua experiência, do seu voto. Daqueles amigos que têm permissão para entrar, sentar-se no sofá e ficar até quando quiser. Em que numa mensagem é decifrável se tomamos um café para matar saudades ou porque é preciso um alento de alma. Há coisas que o tempo não apaga nunca. Seja qual for a direcção da nossa vida. É um amigo especial, porque ele próprio é uma pessoa especial. Tem uma sensibilidade e uma delicadeza que me encantam, ao mesmo tempo que tem uma determinação e uma segurança que me descansam. E é por isso que todas as suas opiniões são tão importantes e tão confiáveis. Fala com o coração, mas nunca perde a razão. Não sei como explicar essa finíssima mistura que é sempre tão equilibrada, mas que lhe é tão característica. Se há pessoa genuína é ele. E é meu amigo. Para sempre. Porque as linhas paralelas nunca se separam!

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