terça-feira, 29 de março de 2011

Serviços Públicos

A lentidão dos serviços públicos é daquelas coisas que me deixam a hiperventilar num instante! Não há coisa que me enerve tanto do que estar numa fila e ver as funcionárias à conversa umas com as outras, enquanto estão ali dezenas de pessoas à frente delas a criar raízes de tanto esperar. A par com a má educação e antipatia, é o que mais me irrita. 
Tenho reparado que os serviços públicos cada vez têm menos balcões abertos. Não sei se a crise fez com que despedissem funcionários, se os puseram noutras actividades. Só sei que depois vejo coisas hilariantes como na EDP existir uma funcionária unicamente para distribuir senhas. Todas as outras repartições têm uma máquina para esse feito, a EDP tem uma pessoa sentadinha numa cadeira a distribuir senhas, que espantem-se, as tira da máquina! Será que eles acham que os clientes são tão burros que não sabem carregar num botão e esperar pela sua vez? Na minha humilde opinião diria que era muito mais útil atender pessoas e despachar serviço que tirar senhas de uma máquina. Mas isto sou eu que penso, não interessa nada!
Os CTT's, que por norma têm no mínimo três balcões, só tenho apanhado um em funcionamento. E fico a pensar que as outras pessoas que lá trabalham devem estar ocupadíssimos em algum compartimento longe dos olhares. Quando não é o meu espanto, vejo funcionárias a aparecer atrás do balcão, em que vagueiam muito lentamente ali na zona, chegam ao fundo da sala e voltam para trás, olham para os clientes e continuam o seu passeio no meio das caixas, balcões e colegas para depois voltarem a desaparecer. Sem procurar nada, sem um ritmo próprio de quem está a trabalhar sem tempo a perder, de quem precisa de alguma coisa e não encontra. Nada! Puro passeio, de mãos atrás das costas, numa forma muito relaxada. E a colega a atender sozinha, com uns correios à pinha próprio do fim do mês em que se pagam contas e recebem reformas.
Hoje quis marcar uma consulta para a médica de família e estive das dez da manhã a ligar para o centro de saúde. Tentei todos os números disponíveis, não sei quantas vezes cada um. Até fiquei sem bateria no telefone fixo. Atenderam-me às quatro da tarde. Será mesmo que não havia uma alminha que atendesse um telefone no meio daquele centro de saúde inteiro? Uma marcação demora menos de dois minutos a ser feita.
Amanhã vou levantar o cartão de cidadão. Vamos lá ver o que me espera. A última vez que lá fui, a senhora que me estava a atender, foi interrompida por uma colega que lhe foi falar de conversas que tinham acontecido entre outras colegas. Numa palavra: mexericos. Em pleno horário de trabalho. A senhora que me estava a atender ficou realmente atrapalhada a olhar para mim e tentou despachar a colega como pôde. A outra é que preferia estar a tricotar do que ir trabalhar. 
É de mim ou estas cenas dão uma péssima imagem dos serviços públicos portugueses? E não me falem da crise, essa bela palavra que serve de desculpa para tudo, até para a incompetência!

Sem comentários: