terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cem euros mais pobre, ou como o Estado não aplica o dinheiro nos lugares certos!

Voltei, mas com cem euros a menos na conta. É nestas alturas que adoraria que me definissem o conceito de estado social. Porque acabei de pagar noventa euros, por uma das três doses, da vacina contra o cancro do colo do útero, vacina essa que tem um preço completamente estúpido e ofensivo para qualquer mulher. 
Tendo em conta que a segunda causa de morte na mulher é o cancro do colo do útero, depois de a primeira causa ser o cancro da mama, acho indecente ter que se pagar 270 euros por uma vacina que tem como finalidade proteger o nosso corpo de ficar doente. Acho que a partir do momento que há algo que nos ajuda a ficar protegidas de doenças tão mortíferas como um cancro, ter que pagar centenas de euros para ter acesso a essa protecção, é qualquer coisa que me indigna. Bem sei que até aos dezassete anos a vacina é gratuita por fazer parte da vacinação obrigatória, mas depois dessa idade a vacina chega a custar cerca de 450 euros, dividida em três doses. Agora pergunto, quem não tiver possibilidade para gastar um salário mínimo assim de repente faz o quê? 
Assumo que não percebo nada de indústria farmacêutica, e até posso reconhecer que sejam aos milhões o que se gasta em investigação, mas não consigo deixar de achar completamente abusivo pagar por uma vacina centenas de euros. E é nesta parte que eu gostava que me explicassem porque é que o estado não contribui na comparticipação deste tipo de vacinas, que ajuda a salvar milhares de vidas, em vez de gastar o seu, leia-se nosso, precioso dinheiro em merdas sem jeito nenhum.
Depois da minha total indignação e uns minutinhos de conversa, com o farmacêutico da minha farmácia regular a dizer mal do estado e das indústrias farmacêuticas, resta-me o conforto de vir para casa, depois de uma consulta de rotina de ginecologia e saber que todos os meus órgãos situados a sul estão bem, felizes e recomendam-se.
Portanto assim no geral, consultas de rotina - check!

1 comentário:

Sara disse...

Bom, porque é que o estado não comparticipa, não sei... Mas o que é facto é que a inclusão no Plano Nacional de Vacinação já implica uma despesa enormíssima e a verdade é que a maioria das mulheres, depois dos 17 anos, já teve relações sexuais e é, por isso, mais provável que até já tenha sido infectada pelo vírus (que nem sempre conduz ao cancro)... Não concordo nem discordo, vá. Mas claro, é caro e custa a pagar... :)