segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Manias e vontades

Sou uma gaja de manias. Sou, não há nada a fazer. Uma delas é a comida. A minha mãe diz sempre que sou como os ciganos, quando tenho alguma coisa que goste mais, como até enjoar. Isto vai de modas. Tive a moda dos chocolates bounty do mini-preço. Ia às compras, pegava num saco e comia-os até acabarem. Depois foi a mania dos marshmallows, dos pacotes de M&m's do Lidl, das caixas de After-Eight, dos torrões de Alicante e por último, a moda dos Ferrero Rocher. Quando começavam a ser vendidos, era a loucura. Caixas umas atrás das outras, todos os dias. Há uma bomba de gasolina perto da minha faculdade e, todos os dias antes de vir para casa, eu e a minha amiga R. abastecíamo-nos com a desculpa de que iríamos ter um grande serão de estudo. Os serões haviam, mas os chocolates desapareciam muito antes disso. Quando chegava a altura do Natal, as caixas de Ferrero parecia que nasciam em casa. Eram oferecidos por amigos e utentes da minha mãe e, como este era um vício partilhado pelas duas, aquilo era à competição para ver quem esvaziava a caixa mais depressa. Sempre que pegávamos num, dizíamos sempre uma à outra que era o último. E sempre assim, até eles acabarem. Uma loucura  partilhada entre mãe e filha, portanto. Eis que, um dia destes, o meu maravilhoso namorado apareceu-me com uma das maiores caixas que alguma vez tinha visto. Devia ter perto de cinquenta chocolates e obviamente que os comi em menos de nada. Uma caixa que, a qualquer pessoa saudável da cabeça, daria para duas semanas a mim deu-me para menos de dois dias. Enjoadinha, mas tãaaaooo enjoadinha que andei nos dias a seguir...pff! Uma autêntica overdose.
A grande notícia deste texto mea culpa, é que este fim-de-semana houve jantar cá em casa com as meninas, em que uma caixa de Ferrero Rocher esteve em cima da mesa da sala durante horas. Poderia ter sido um teste, mas não foi porque não precisei de resistir. Ora bem, não só não lhes toquei, como não me suscitaram qualquer vontade de os comer e ainda ofereci a caixa, praticamente cheia, a uma das amigas! Para quem me conhece, sabe que a hipótese disto acontecer era de 1 para 1000. Mas aconteceu. E agora sou uma menina curada destes chocolates sazonais e os meus triglicéridos vão deixar de se rir às minhas custas. Portanto, arriscar-me-ia a dizer que, estou curada deste vício. Resta saber qual será o próximo.

O jantar de Natal correu bem e deu para matar saudades. Compensámos todos os desencontros e afastamentos dos últimos meses. Cada uma tem andado na sua vida, por isso soube muito bem uma noite de conversas sem hora para acabar. Com muitas guloseimas,  muita bebida e muitas lágrimas de riso.
A N. e a S. ganharam no trivial; recebi da R. e da S. as minhas duas primeiras prendas  natalícias, que ficam muito bem debaixo da minha pequena árvore, rodeada por cinco Pais-Natal de chocolate; a conversa com a D. e a C. durou até perto das 4h da manhã. 
Acabou depressa uma noite tão esperada entre nós, mas foi bom tê-las por perto.
O domingo foi a rastejar entre a cama e o sofá.

E em jeito de acabar, deu-me uma enorme saudade da minha Bu. 
Durante o jantar, falou-se dos calendários de chocolate que têm os 31 dias de Dezembro. Aqueles em que abrimos uma janelinha por dia e aparece um quadrado de chocolate à nossa espera. Durante três Natais, a minha querida Bu (lagrimazinha quase a cair de saudade e nostalgia), no dia 1 de Dezembro, aparecia sempre cá em casa com o doce calendário e começávamos, desde esse dia, à espera da noite mais quentinha do ano.
Como tenho saudades das centenas de dias em que partilhei a minha vida contigo. E sabes, terás sempre o teu quarto, tenha eu a morada que tiver.

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