domingo, 23 de janeiro de 2011

Em branco

Ao meio-dia e meia estava com um boletim de voto à minha frente. Pousei-o em cima da prateleira e pus-me a olhar para ele uns bons dois minutos. Dobrei-o. Voltei abri-lo. Lutei muito para não o deixar em branco. Mas sempre que olhava para as opções decidia logo voltar a fecha-lo. E foi assim que ficou. Fechado e com os quadrados vazios.
Nos últimos dias, todos os comentadores políticos foram unânimes, quando disseram que a fraca campanha eleitoral foi o reflexo do fraco estado em que o país se encontra. Não consigo não concordar.
Sempre que fui votar, fui sempre muito decidida em que pessoa merecia a minha confiança. Apesar de ser uma pessoa com ideologias de esquerda-centro, voto em pessoas e não em partidos, portanto é sempre uma decisão muito ponderada. Hoje quando entreguei o boletim sem nenhuma opção fiquei triste. É má a sensação de não termos escolhas, opções, esperança em alguém. O dia de eleições, para mim, é encarado com um dia que me alenta por ser a oportunidade de mudança, por isso a minha frustração hoje foi mais que muita.
Até à pouco tempo simpatizava com o Dr Fernando Nobre, que apesar de poder ser muito boa pessoa, frases como "só se me derem um tiro na cabeça" e "peço ao Dr Manuel Alegre que desista na 2ª volta em meu favor" fez-me pensar que não é lá muito indicado, para um cargo tão sério, como presidente da república. Ninguém lhe deve ter explicado que não pode falar como se estivesse no Congo e, é fundamental que tenha conhecimentos mínimos de política, para saber que à 2ª volta vão os dois candidatos que tiveram mais votos e não há cá desistências em favor de outros.
Resumindo, não há ninguém que valha a pena. E deixa-me triste que tudo ficará na mesma até 2016!

Sem comentários: