sábado, 8 de janeiro de 2011

Faço da opinião d'A Pipoca Mais Doce, a minha!

Fiquei um bocado abananada com a morte do Carlos Castro, como fico sempre que morre alguém assim, de forma inesperada e,  sobretudo, de forma absurda. Não era amiga do senhor, nem de perto nem de longe, mas sempre que me cruzava com ele era simpático e bem disposto. Uma vez entrevistei-o, a propósito de um trabalho sobre o mundo do social, e depois disso ele não se esqueceu da minha cara, trocávamos sempre umas palavrinhas. Não sei se era viperino, mal intencionado, não sei nada dessas coisas que muitos dizem. Se calhar até era, mas talvez nem isso justifique a forma como foi morto. Não sei detalhes no crime, não sei se foi algo passional, não sei se se fez justiça ou não, mas foi demasiado. E agora, vendo os comentários que se vão deixando nas várias fontes noticiosas, não posso deixar de pensar que isto está mesmo perdido. Abundam pérolas como "o paneleiro teve o fim que merecia", "era um maricas" e outros do género. E, assim de repente, o que é que isso interessa? Ah, era "maricas", então merece ser brutalmente assassinado, está certo. Se fosse hetero é que já não podia ser, mas sendo gay, que se lixe, estava mesmo a pedi-las. No clube de fãs do miúdo que, alegadamente, o matou, alguém deixou um comentário que dizia qualquer coisa como "o importante é que ficaste famoso! Sempre que se falar no Carlos Castro vão falar de ti! Estás em todos os jornais e revistas! Descansa em paz Carlos Castro...e desejo muitas felicidades ao Renato!". Se isto não diz tudo, diz pelo menos muita coisa. Matar alguém, pelos vistos,  é motivo para felicitações, é motivo para alegria, é motivo para reconhecimento público.  Temos de viver neste mundinho, não temos outro. Mas lá que é uma merda, é.

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