O Natal em Paris

A noite da consoada não podia ter sido mais quentinha e docinha. Com muito foie gras, patê de salmão e outras tradições francesas a juntar ao bom bacalhau português, vindo directamente da casa da avozinha, e que só a minha tia sabe fazer. Houve muito mimo, discursos, lágrimazinhas a saltitar pela emoção de estarmos todos juntos, num sítio tão improvável com pessoas que tanto gostamos e com quem passamos menos tempo do que gostaríamos. A mesa estava linda, decorada com muitos bonequinhos de natal e o espírito natalício transbordava naquela casa.

A missa do galo aconteceu sem a nossa presença, pois quando chegámos à porta da igreja, reparámos que o meu tio trocou a hora da missa por outra missa noutra igreja. Toca a ir para casa, enfiarmo-nos no quentinho e a ver os desenhos animados da Disney que estavam a dar na M6. Acabei a noite a ver o Mickey a zangar-se com o Pluto por este lhe ter destruído a árvore de natal. Uma relíquia!

Dia de Natal, acordei com cheirinho bom a comida assada. Tinha parado de nevar, mas a rua continuava branquinha. Os primos começaram a chegar e fomos todos direitinhos às prendas que estavam mesmo a chamar-nos. Os mais pequeninos rasgavam tudo o que tinha papel de embrulho, e por alguns minutos foi a loucura entre triciclos, bonecas com conjuntos de enfermagem, perfumes and so on.

Comemos, comemos, comemos e bebemos e ninguém se levantou da mesa antes das sete da tarde, que isto de ser transmontano é comer até rebolar. À noite enfiámo-nos nos carros e fomos ver Paris iluminado com milhões de pessoas na rua a fazerem o mesmo. Fomos à igreja de Sacre-Coeur rezar e não podia ter acabado de melhor forma o Natal de 2010.